sábado, 20 de outubro de 2007

A Idade dos Jogos


Durante a segunda infância, a criança passa a mais parte do tempo brincando.O desenvolvimento intelectuais, afetivos e da personalidade em geral está intimamente relacionado com a atividade lúdica.Há diversas teorias sobre a motivação infantil do jogo, por exemplo: o jogo permite liberar o excesso de energia, prepara a criança para a vida adulta, responde a uma necessidade de relaxamento, é um meio de descarregar tensões afetivas ou catarse, é um modo de auto-expressão.O jogo é a linguagem da criança por excelência, a ponto de representar para ela o que a palavra representa para o adulto.
Para a Psicanálise, no jogo a criança identifica-se projetivamente com seus brinquedos e dessa forma vai revelando a história de suas fantasias inconscientes.Para Freud, a criança guiada pela compulsão de repetição, repete no jogo tanto as situações prazerosas quanto as traumáticas ou dolorosas a fim de assimilá-las, de elaborá-las.
D.W. Winnicott, afirma que a criança, ao brincar, transporta-se para uma região ou zona intermediária de experiência que não é uma realidade psíquica interna, apesar de não ser também o mundo externo, ainda que fora da criança. É a região do devaneio, na qual a criança permanece acordada, na qual escolhe fragmentos da realidade exterior.
Raquel Soifer, mostra-nos que jogo estimula as fantasias, a imaginação, embora também permita conhecer a realidade exterior e penetrar no mundo dos adultos.
O jogo nessa etapa ajuda a criança a desprender-se a outras pessoas e objetos e a mundo exterior, a ligar-se a outras pessoas e objetos e a aumentar sua confiança em si mesma, pois permite-lhe avaliar suas habilidades.
Apesar de reconhecermos a importância do jogo nesse período e durante toda a infância, é preciso lembrar que brincar é um modo de se aproximar do real que permanece ao longo da vida.Pode-se observar muitas vezes que os indivíduos assumem ludicamente situações que ainda não podem encarar com compromisso total, como , por exemplo quando saem da cãs paterna para viver sozinhos parcial ou temporariamente, o que pode ser interpretado como um jogo, um reconhecimento paulatino da capacidade de autonomia e amadurecimento pessoal.
Aos 3 anos ainda predominam os “jogos solitários”e os chamados “jogos paralelas”, no quais a criança brinca ao lado de outra pelo prazer da companhia sem organização e partilha entre elas.Conversam em quanto brincam, sem se importar se os demais estão ou não escutando.Todavia, tem dificuldade em emprestar brinquedos e partilhá-los, rivalizando continuamente por eles..
A criança de 3 a 6 anos gosta muito de brincar com os pais, com os adulto ou crianças mais velhas.É uma iteração vital para aumenta sua auto-estima , sua valorização e para estabelecer um sólido vínculo afetivo com os mais velhos.É importante, porém , evitar interferir em seus jogos na medida do possível, tanto no caso do solitário quanto dos grupais, pis as interrupções injustificadas provocam frustração e agressividade.
Brincar exige meios, sejam brinquedos ou objetos da vida cotidiana, além de um ambiente apropriado.A sua oferta implica uma observação e ação inteligente por parte dos pais, de modo que na escolha dos brinquedos, devem-se levar em conta as habilidades progressivas. Devem ser evitados brinquedos que quebram com facilidade, pois é uma situação que provoca angustia, e também o excesso que pode confundir ou paralisar.é conveniente que a criança disponha de uma variedade de recursos que lhe permitam expressa sua agressão, sua necessidade de criar e reparar, de sujar-se, entre outros comportamentos lúdicos.
A educação inicial, com sua planificação de jogos e atividades e com a utilização de varados recursos materiais, favorecem a diversificação e o enriquecimento do jogo.

Nenhum comentário: